Vice-presidente estadual do PT-SP faz duras críticas ao ilusionismo presente na “administração virtual” de Itaquá; parte da cidade submerge por conta das enchentes
Por Aristides Barros
Fabiano Soares assumiu alto cargo na cúpula da agremiação partidária petista
O vice-presidente estadual do PT de São Paulo, Fabiano Soares, 31 anos, recentemente alçado ao cargo, concedeu entrevista para falar como o PT de Itaquaquecetuba vai trabalhar junto ao eleitorado itaquaquecetubense visando que o partido tenha o mesmo sucesso do presidente Lula, que venceu os dois turnos das eleições no município.
No entanto, a conversa escorreu da política partidária e desaguou no momento atual da cidade, onde uma parte considerável da população é duramente castigada pelas chuvas que acontecem em vários pontos do estado. Em Itaquá, onde também mora o petista, bairros inteiros sofrem o drama das enchentes.
Nesse item, ele direcionou à prefeitura a responsabilidade de findar o caótico cenário aquático na cidade. Fabiano Soares enfatiza que a administração precisa fazer uma série de obras e serviços em parceria com a Sabesp e até com a empresa contratada para a limpeza pública do município.
Tem de desenvolver ações necessárias para que a população não seja mais afetada pelas enchentes. Ela tem perdido muito de seus poucos bens materiais na água das chuvas, que tem sido intensa nos últimos dias.
O petista acusa o prefeito de Itaquá, Eduardo Boigues (PP), de investir pesado em publicidade nas redes sociais e outros veículos para levar mensagens ilusórias, o que praticamente divide a cidade em “dois mundos”: uma Itaquá virtual e a Itaquá real.
Na virtual, presente nas redes sociais do alcaide, tudo está bem e obras estão acontecendo. Na outra, existente no plano físico e sem maquiagem, a população sente o peso da realidade e a falta de pulso da administração.
Diferente de personagens fictícios, o itaquaquecetubense não vive dentro das telas de computadores ou smartphones, a vida é nas ruas, no trabalho e nas escolas. Eles saem diariamente em busca do sustento familiar e individual, é a realidade dos brasileiros. Em sua grande maioria necessita do transporte público e aí vem a desconexão do mundo real com a ficção.
O preço da passagem de ônibus foi elevado para R$ 5,30. É um valor que não altera a vida de quem tem condução própria, mas interfere sobremaneira no orçamento de famílias carentes. A vida vista pela internet é bela, fora dela é suportável. Os corajosos preferem a vida real.
No amontoado de diversas situações de “desadministração pública” foi citada a boa situação financeira do município que visivelmente contrapõe com o estado de penúria da infraestrutura urbana da cidade.
A arrecadação municipal de Itaquá no ano passado ultrapassou R$ 1, 1 bilhão. O cofre público é opulento e eficiente, e a população também. A administração não, porém caso ela se desconecte das redes e passe a se conectar à realidade talvez consiga essa boa conexão, por meio de ações e trabalho.
Acompanhe a entrevista do vice-presidente petista.
Comments