De Bertioga para a Nova Zelândia: estudante secundarista embarca em intercâmbio
- Aristides Barros
- 6 de mai.
- 3 min de leitura
O forte apoio de professores e da família, e a resiliência do aluno do ensino médio marcam essa oportunidade única
Por Aristides Barros

Murylo no centro, ladeado dos professores Maria Passos e Caíque / Foto; AB
O estudante Murylo Santos Vasconcelos, 16 anos, aluno do 2° ano da EE William Aurelli, localizada no Jardim Rio da Praia, em Bertioga, deixa visível que está ansioso para a sua viagem de aprendizado, cujo destino é a Nova Zelândia, onde ele deve ficar de três a seis meses, fazendo um intercâmbio estudantil.
No intercâmbio, os estudantes brasileiros continuam o ciclo que estão realizando em suas respectivas escolas, mas, obviamente, seguindo a grade curricular dos países para onde são destinados. Para isso e para poder ganhar o direito de participação em um intercâmbio estudantil é obrigatório o aluno fazer, e passar, com nota “alta” em uma prova de inglês.
A viagem internacional deve acontecer no próximo semestre deste ano e as boas notas obtidas no Saresp 2023, quando ele cursava o 9° ano do ensino fundamental foram o seu passaporte para se inscrever, e também passar com nota acima da média, no concurso Pronto Pro Mundo, que é uma iniciativa do Governo de São Paulo.
Por duas vezes Murylo fez a prova do intercâmbio. Na primeira, realizada no 1° semestre de 2024 não alcançou a nota exigida, mas não desistiu. Na segunda prova, acontecida no final de 2024, não deu outra: passou, obtendo a nota 7,84.
A experiência internacional aparece na forma de um troféu ganho na maratona de estudos, literalmente vencida. Todas as despesas da conquista ficam por conta do Governo de São Paulo.
Da passagem aérea à sua estadia na casa de uma família neozelandesa - indicada por um funcionário do intercâmbio, que é responsável pela assistência aos estudantes -, despesas diárias e compra de livros para aprimorar o inglês, entre outras situações.
Murylo ainda não consegue se ver dentro desse quadro. “Só quando estiver vivendo tudo isso é que vou saber como é”, disse, ainda aparentando estar absorto, a imaginar a viagem à Nova Zelândia.
“O apoio da família é fundamental”, dizem os professores que ajudam o aluno na nova jornada

A professora Maria Passos fala com orgulho de seu aluno / Foto: AB
A entrevista com Murylo foi ladeada pelo professor Caíque e a professora Maria Passos, que já “estão” com ele desde outros períodos estudantis. “Já foi e continua sendo o nosso aluno”, disse Maria Passos. “O carinho por ele é enorme e essa nova fase de aprendizado nos deixa muito orgulhosos”, comenta Caique ao comemorar a conquista do estudante.
“A gente se sente realizado com isso. É como se nós mesmos tivéssemos ganhado o intercâmbio. Embora no nosso tempo de estudantes não termos tido a oportunidade de participar de um intercâmbio, o Murylo vai fazer isso pela gente”, assinalou Caíque.
O educador relatou que apesar de algumas deficiências estruturais da escola, todos os professores se doam ao máximo ao trabalho de ensinar. A própria conquista do Murylo reflete o esforço dos mestres.
A William Aurelli é vitoriosa em outras disciplinas lecionadas na instituição de ensino. Isso é visto na quantidade de troféus expostos na parede do corredor de entrada da escola. “São conquistas nos jogos de xadrez, futebol de salão, olimpíadas de matemática, entre outros”, revela o professor. O esforço dos educadores se revertem no sucesso de seus alunos.

A parede "conta" as histórias de vitórias da escola / Foto: AB
Os professores revelaram que além do Murylo, mais quatro estudantes da William Aureli ganharam direito de participar no Intercâmbio Pronto pro Mundo. “Também alcançaram boas notas, mas por motivos pessoais não quiseram ir”, lamentou a professora Maria Passos.
Ela ressaltou que o apoio da família é imprescindível para ajudar os alunos em situações que serão decisivas e de grande valia para o futuro deles. “A família é muito importante na condução de cada um de seus integrantes e deve aconselhá-los e apoiá-los com firmeza quando surgem as boas oportunidades”, destacou a educadora.
“Minha mãe, meu pai, meu irmão e minha irmã estão super contentes com que está acontecendo comigo. todo o incentivo e o apoio deles fortalecem a minha decisão de ir e anulam pensamentos de que algo de errado possa acontecer. Para todos eles a minha decisão de ir é a escolha certa”, concluiu Murylo.
Estudantes secundaristas de outras duas escolas de Bertioga também conseguiram intercâmbio, e já estão nos países onde foram destinados. Uma aluna é da EE Praia de Boracéia, localizada no bairro de Boracéia e o outro é aluno da EE Professora Maria Aparecida Pinto de Abreu Magno, que fica no Jardim Paulista.
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